30/06/2022
– Pesquisadores estimam que existam cerca de 11.000 espécies
de aves ao redor do planeta, contudo metade das populações
dessas espécies está em declínio, enquanto
apenas 6% apresentam aumento populacional, um sinal claro de risco
à biodiversidade por conta do impacto humano.
Aquecimento global, desmatamento,
caça ilegal, destruição de habitats por mineração,
pesticidas, poluição, invasão de espécies
exóticas, expansão imobiliária, grilagem
são alguns dos impactos causados pelo homem a biodiversidade.
Segundos os pesquisadores, nas últimas décadas esse
conjunto de ações causou a perda de bilhões
de aves, somente na América do Norte e na Europa.
Ainda segundo a pesquisa, apesar
da maioria das espécies estar localizada na região
dos trópicos, grande parte das espécies que correm
risco está em regiões temperadas e em nações
mais ricas. “As aves são um táxon muito mais
poderoso [do que outros] para nos contar uma história sobre
a saúde do planeta. Sabemos muito sobre eles – nem
sabemos quantas espécies de insetos existem”, diz
em comunicado, Alexander Lees, pesquisador da Manchester Metropolitan
University, Reino Unido e autor da revisão.
Os pesquisadores afirmam que iniciativas
para a conservação das aves, realizadas por grupos,
em regiões específicas são importantes, mas
para reverter o declínio das aves, é necessário
vontade política e investimento real. A revisão
mostra que apesar de 70 espécies tenham melhorado seu status
de conservação, por conta de trabalhos pontuais,
reduzindo seu risco de extinção, outras 391 espécies
tiveram uma piora em sua condição.
Os dados utilizados
na revisão foram coletados pela organização
não governamental Birdlife International. Os resultados
indicam que houve uma exceção de declínio
maior entre as aves aquáticas, que vivem em zonas úmidas
na América do Norte e na Europa. Essas espécies
apresentaram um crescimento de 13% em suas populações,
desde 1970. Isso pode ter uma relação na manutenção
e recuperação de áreas úmidas que
são menores, em relação à habitats
de pastagens e florestas onde esse trabalho é maior.
A pesquisa de revisão que
foi publicada na revista Annual Review of Environment and Resources,
indicou que 48% estão com algum tipo de declínio
conhecido ou ao menos suspeita, por outro lado 39% das espécies
apresentam condições estáveis de suas populações;
6% apresentam aumento populacional e 7% têm status desconhecido.
A maior parte dos dados de longo prazo é da Europa, América
do Norte, Índia e algumas regiões da África.
Já dados mais recentes incluem América Latina e
Ásia, mas os resultados são semelhantes.
Pesquisadores estimam que somente
no Canadá, 2,7 milhões de aves morreram por conta
dos pesticidas. Entre as espécies mais ameaçadas
do estudo estão papagaios, albatrozes, grous. A revisão
indica ainda que todos os países têm ao menos uma
ave ameaçada e 10 nações têm mais de
75 espécies ameaçadas.
Áreas agrícolas
apresentam dados alarmantes, com a perda de 57% das populações
de aves na Europa desde 1980. “A pegada crescente da população
humana representa o principal impulsionador da maioria das ameaças
à biodiversidade aviária. A falta de progresso na
conservação [das aves] geralmente reflete a falta
de recursos ou vontade política, ao invés de uma
falta de conhecimento do que precisa ser feito”, conclui
a revisão.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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