11/07/2022
– Em 1800 quando pesquisadores navegavam pelos trópicos
já haviam descrito que as aves daquela região são
mais coloridas, uma teoria confirmada agora, por meio da inteligência
artificial. Naquela época Charles Darwin, Alfred Russel
e Alexander von Humboldt já escreviam sobre como ficaram
impressionados com a diversidade de cores da fauna e da flora,
sobretudo em comparação as espécies de ambientes
comuns no norte da Europa, onde estavam familiarizados.
As suspeitas sobre a variação
de cores das aves, conforme a latitude, era uma observação
já em 1850. "Quanto mais nos aproximamos dos trópicos,
maior o aumento na variedade de estrutura, forma e mistura de
cores, como também na juventude perpétua e vigor
da vida orgânica", descreve o naturalista alemão
Humboldt em um documento.
Agora biólogos da Universidade
de Sheffield, em South Yorkshire, na Inglaterra, analisaram 4.500
espécies de aves passeriformes (pássaros canoros),
como pardais e melros em todo o planeta, usando três imagens
da plumagem, de espécimes adultos da coleção
do Museu de História Natural em Tring, na Grã-Bretanha.
Utilizando uma técnica
de inteligência artificial conhecida como deep learning,
que consegue extrair dados dos pixels das fotografias, os cientistas
conseguiram identificar a cor em 1.500 partes diferentes na plumagem
de cada espécime estudado. Deste modo, conseguiram classificar
as aves por cor, em relação aos seus locais de origem.
Essa característica
já havia sido teorizada pelo naturalista britânico
Alfred Russel Wallace, que a "vegetação luxuriante
dos trópicos" era uma ação de camuflagem
natural paras aves durante todas as estações do
ano, enquanto as espécies mais ao norte adaptavam essas
cores de acordo com a chegada do inverno.
O estudo publicado na revista
Nature Ecology and Evolution, confirma que Darwin e seus colegas
cientistas estavam certos em afirmar que as aves são mais
coloridas e brilhantes em regiões próximas ao equador
e são mais opacas, conforme se afastam para áreas
mais frias, como o norte do planeta.
Entre os motivos pelos quais os
pesquisadores creditam essa característica está
a dieta das aves que consomem frutas e néctar floral, além
do acumulo de energia. Os pesquisadores confirmam que as aves
mais coloridas estão em habitats florestais mais densos.
Isso também facilita na identificação das
espécies.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabays
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