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Pinguins-de-barbicha tiram milhares de cochilos de poucos segundos para proteger ovos e filhotes, revela estudo
Esses breves cochilos somam aproximadamente 11 horas por dia
 

02/04/2024 – Os pinguins-de-barbicha (Pygoscelis antarcticus) da Antártica, uma espécie que precisa proteger seus ovos e filhotes 24 horas por dia de predadores, desenvolveram uma estratégia única para descansar: tiram milhares de cochilos por dia de apenas quatro segundos cada. Essa descoberta foi revelada em um estudo recente publicado na revista Science por pesquisadores do Instituto Coreano de Pesquisa Polar e do Instituto Max Planck de Inteligência Biológica, da Alemanha.

De acordo com os cientistas, esses breves cochilos somam aproximadamente 11 horas por dia, o que se mostrou suficiente para manter os pinguins-de-barbicha ativos por semanas. Segundo Won Young Lee, biólogo do Instituto Coreano de Pesquisa Polar e autor do estudo, esses microssonos apresentam funções restauradoras essenciais para a sobrevivência desses pinguins. Niels Rattenborg, pesquisador do sono no Instituto Max Planck de Inteligência Biológica, adiciona uma observação intrigante sobre essas aves. Segundo ele, os pinguins se assemelham a motoristas sonolentos, piscando os olhos para abrir e fechar continuamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante várias semanas consecutivas. O aspecto surpreendente é que esses animais conseguem desempenhar suas funções de forma eficiente e criar com sucesso seus filhotes.

Os pinguins desenvolveram a técnica de microssono como adaptação ao ambiente desafiador em que vivem, onde a necessidade de vigilância constante se mescla com a importância do descanso. Essa estratégia pode estar relacionada ao barulho intenso nas colônias, dificultando períodos prolongados de sono devido à vida em grupos numerosos.

A pesquisa revelou que a qualidade do sono varia dentro da colônia, sendo o centro mais barulhento, mas oferecendo aos animais uma melhor qualidade de sono em comparação com os que residem nas bordas. Os pinguins no centro conseguem ter períodos de sono mais profundos e menos fragmentados, enquanto aqueles nas bordas precisam manter um nível maior de atenção devido à sua maior vulnerabilidade.

Reprodução/Pixabay

 



A inspiração para o estudo surgiu quando Won Young Lee observou pinguins reprodutores piscando os olhos com frequência e aparentemente cochilando durante a temporada de cuidados com os ovos e os filhotes. Para confirmar que estavam dormindo, os cientistas utilizaram sensores para registrar as ondas cerebrais de 14 adultos, coletando dados ao longo de 11 dias em uma colônia de reprodução na Ilha King George, na costa da Antártida.

Embora os benefícios do micro sono ainda não sejam completamente compreendidos, os resultados deste estudo revelam uma estratégia inovadora adotada por esses pinguins para garantir a segurança de seus descendentes. Paul-Antoine Libourel, coautor e pesquisador do sono no Centro de Pesquisa em Neurociências de Lyon, na França, destaca que ainda não se sabe se os benefícios do micro sono são equivalentes aos do sono longo e consolidado.

Em meio a esse fascinante estudo sobre o sono dos pinguins-de-barbicha, os cientistas enfatizam que ainda há muito a aprender sobre os benefícios do microssono, questionando se são os mesmos para todas as espécies e até que ponto perturbações no sono podem afetar esses animais. Os autores destacam a complexidade desse aspecto na natureza. Esse paradoxo do sono, fundamental para o funcionamento do organismo, representa um dos momentos de maior vulnerabilidade na vida dos animais, e cada espécie desenvolve estratégias únicas para garantir um sono seguro e adequado.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências de notícias
Fotos: Pixabay/Reprodução

 
 
 
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