17/06/2024
– Em muitas regiões da África, os seres humanos
estabeleceram uma colaboração peculiar com as aves
guia-de-mel, usando comunicações sonoras específicas
para atrair esses pássaros e localizar os ninhos de abelhas
selvagens. Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade
de Cambridge revelou que essas aves têm preferências
distintas pelos sons emitidos pelos caçadores de mel locais
em comparação com aqueles de outras regiões.
Os caçadores de mel Hadza,
na Tanzânia, usam um assobio melódico, enquanto os
caçadores Yao, em Moçambique, empregam um trinado
seguido de um grunhido. Os experimentos demonstraram que as aves
guia-de-mel têm maior probabilidade de cooperar com os caçadores
que emitem os sons locais, destacando a importância da comunicação
eficaz para ambas as espécies na busca pelo mel.
Essa preferência parece
ser auto reforçadora, com as aves aprendendo a reconhecer
e responder aos chamados específicos que indicam um bom
parceiro para a caça ao mel. Assim como as línguas
humanas, esses sons culturalmente determinados transmitem um significado
subjacente, sinalizando o desejo de colaboração
na busca pelo recurso alimentar.
Os pesquisadores enfatizam
que essas tradições culturais locais são
fundamentais para o sucesso da cooperação entre
humanos e aves guia-de-mel. Essa relação única
envolve interações entre animais selvagens e humanos,
que evoluíram ao longo de milhares de anos e foram refinadas
de acordo com as práticas culturais locais.
A pesquisa, fruto de uma colaboração
entre diversas instituições acadêmicas e comunidades
de caçadores de mel, destaca a importância da compreensão
e preservação dessas práticas para a conservação
da biodiversidade e para o estudo das interações
entre humanos e animais selvagens.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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