01/10/2024
– Os cucos, conhecidos por sua tática de enganar
outras aves para que criem seus filhotes, estão desempenhando
um papel surpreendente no aumento da biodiversidade, conforme
novas evidências revelam. Um estudo internacional, que contou
com a participação de cientistas da Universidade
de Cambridge e foi publicado na revista Science, demonstrou que
essa estratégia peculiar do cuco pode levar à formação
de novas subespécies por meio da evolução.
O estudo, que se estendeu por
duas décadas, concentrou-se nos cucos de bronze, aves que
depositam seus ovos nos ninhos de pequenos pássaros canoros,
deixando-os com a responsabilidade de criar seus filhotes. Para
evitar ser detectado pelos pássaros hospedeiros, alguns
cucos de bronze evoluíram de modo a se parecer mais com
as espécies que parasitam, uma adaptação
essencial para garantir a sobrevivência de sua prole.
A pesquisa, realizada em colaboração
com a Universidade Nacional Australiana, a agência científica
nacional da Austrália (CSIRO), e a Universidade de Melbourne,
revelou uma verdadeira "corrida armamentista" evolutiva
entre os cucos e os pássaros hospedeiros. Enquanto os pássaros
canoros começaram a evoluir para reconhecer e expulsar
filhotes de cuco que pareciam diferentes, os cucos, por sua vez,
aprimoraram ainda mais sua imitação, garantindo
a continuidade de seus genes.
Essas mudanças evolutivas
levaram ao surgimento de novas linhagens de cucos, indicando os
primeiros sinais da especiação, ou seja, a formação
de novas espécies. De acordo com os pesquisadores, essa
dinâmica de coevolução entre espécies
em conflito pode ser um fator significativo na promoção
da biodiversidade em nosso planeta.
A pesquisa se beneficiou
da extração de DNA de cascas de ovos preservadas
em museus e coleções, permitindo o sequenciamento
genético necessário para aprofundar o entendimento
das mudanças evolutivas. Além disso, duas décadas
de observações comportamentais no campo foram fundamentais
para documentar as interações entre cucos e seus
hospedeiros.
O estudo também indicou
que o processo de especiação estava mais avançado
entre os cucos que demonstravam maior seletividade em relação
aos seus hospedeiros, sugerindo que a complexidade das interações
entre essas espécies pode acelerar a formação
de novas espécies.
Essas descobertas abrem novas
perspectivas sobre como interações ecológicas,
como a parasitagem do cuco, podem não apenas influenciar
a sobrevivência de espécies, mas também promover
a diversidade biológica global.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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