28/02/2025
– Por que os papagaios exibem plumagens tão vibrantes
e variadas? Essa pergunta, que há muito intriga pesquisadores,
foi respondida por um estudo pioneiro liderado por cientistas
do BIOPOLIS-CIBIO, em Portugal. A pesquisa revelou que a diversidade
de cores nas penas dos papagaios está diretamente ligada
à ação de um único gene, desvendando
um mecanismo biológico inédito.
Os papagaios produzem um pigmento único chamado psitacofulvina,
que, ao contrário de outras aves, não depende da
alimentação para determinar a coloração
de suas penas. Até então, sabia-se que esse pigmento
conferia tons de amarelo, laranja e vermelho. No entanto, o que
faltava compreender era como esses tons se transformavam, criando
a grande variedade de cores.
Os pesquisadores iniciaram o estudo analisando o loris-escuro
(Pseudeos fuscata), espécie nativa da Papua-Nova Guiné.
Eles descobriram que a proteína ALDH3A2, um tipo de aldeído
desidrogenase, desempenha um papel central no processo. Essa proteína
altera a composição química dos pigmentos
durante o desenvolvimento das penas, convertendo moléculas
vermelhas em amarelas por meio de um processo chamado oxidação.
De acordo com Soraia Barbosa, coautora do estudo, a proteína
age como um regulador, reduzindo a intensidade do vermelho quando
sua atividade é maior. Essa descoberta foi comparada a
um interruptor de luz que ajusta a tonalidade das penas conforme
necessário.
A pesquisa avançou ao investigar o periquito-australiano,
uma espécie amplamente conhecida, para entender como as
células das penas ativam ou desativam genes durante o crescimento.
Esse estudo detalhado revelou que um pequeno grupo de células
é responsável pela alteração das cores,
um processo que nunca havia sido documentado antes.
Para validar os resultados, os cientistas introduziram
o gene da coloração em leveduras geneticamente modificadas.
Surpreendentemente, as leveduras começaram a produzir pigmentos
semelhantes aos encontrados nos papagaios. Roberto Arbore, autor
principal do estudo, afirmou que essa etapa confirmou a capacidade
do gene de controlar a quantidade de vermelho e amarelo nas penas.
Embora o estudo tenha se concentrado na coloração
das penas, a bióloga evolucionista Rosalyn Price-Waldman,
da Universidade de Princeton, destacou a importância das
descobertas para futuras pesquisas. Ela acredita que a compreensão
mais profunda dos pigmentos pode revelar informações
valiosas sobre a saúde, o estresse e outros aspectos biológicos
das aves.
Essa descoberta não apenas desvenda um mistério
evolutivo, mas também abre caminhos para novas investigações
sobre a biodiversidade e a adaptação das aves ao
longo do tempo. Ao decifrar o papel de um único gene, os
cientistas deram um passo significativo na compreensão
da biologia dos papagaios, reforçando a importância
de estudos integrados para revelar os segredos da natureza.
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência
Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza
atividades voltadas ao estudo e conservação desses
animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos
e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com informações de Agências
Internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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