21/03/2025
– Desde 2021, a cepa H5N1 da gripe aviária vem causando
estragos em escala global. De acordo com dados do Sistema Mundial
de Informação de Saúde Animal, pelo menos
280 milhões de aves selvagens foram perdidas em consequência
da doença, que já é considerada responsável
pela maior queda repentina na população de pássaros
em décadas, afetando inclusive espécies ameaçadas
e endêmicas. Além disso, milhares de mamíferos,
como focas e elefantes-marinhos, também sucumbiram ao vírus.
Novas pesquisas, conduzidas pela
Agência de Saúde Animal e Vegetal do Reino Unido
(APHA) e outras instituições, documentaram a disseminação
da doença até o extremo sul do planeta. Na Antártida,
a gripe aviária causou mortes significativas entre pinguins,
focas e elefantes-marinhos, conforme publicado recentemente na
revista Nature Communications.
Apesar de sua gravidade, a gripe
aviária tem recebido pouca atenção do público
e da mídia. Para Ashley Banyard, virologista da APHA, o
impacto dessa doença na biodiversidade e nos sistemas agrícolas
ainda é subestimado. Ele destacou que a variante H5N1,
descoberta inicialmente em uma fazenda de gansos na China em 1996,
tornou-se o vírus dominante a partir de 2021, agora altamente
contagioso e patogênico.
Entre os surtos mais alarmantes
registrados, destacam-se as mortes de 13 mil gansos-cracas em
Svalbard, Noruega, em 2021, representando um terço da população
global dessa espécie. Em março de 2022, mais de
2,2 mil pelicanos dálmatas morreram na Grécia, o
que corresponde a 40% da população do sudeste europeu.
Já na Europa, a temporada de reprodução de
2022 foi marcada pela perda de mais de 20 mil andorinhas-do-mar-sanduíche,
representando 17% da população da região.
No total, aves de 320
espécies já foram afetadas pela H5N1. Um único
pássaro infectado pode transmitir o vírus a até
100 outros por meio de fezes, muco, sangue e saliva, amplificando
o alcance da doença.
A gripe aviária já
foi registrada na Europa, América do Norte, América
do Sul, África, Ásia e Antártida. No entanto,
a Oceania permanece como a única região ainda livre
de surtos entre aves selvagens. Connor Bamford, especialista em
virologia da Queen's University Belfast, afirmou que em algumas
regiões, como África e Ásia, a vigilância
epidemiológica ainda é insuficiente.
Bamford também alertou
sobre a dificuldade de prever o comportamento do vírus.
Ele sugeriu que a imunidade desenvolvida por aves selvagens que
sobreviveram a surtos anteriores pode reduzir o impacto em temporadas
futuras, mas reforçou que a detecção contínua
do vírus em aves europeias indica a possibilidade de novos
surtos.
Além das graves consequências
para a biodiversidade, a gripe aviária levanta preocupações
sobre riscos à saúde humana e impactos nos sistemas
agrícolas, demandando maior atenção global
e esforços conjuntos para mitigar seus efeitos devastadores.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências de nitícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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