03/04/2025
– A Colômbia, reconhecida por abrigar a maior diversidade
de aves no planeta, deu um importante passo na proteção
de sua rica avifauna. Uma equipe de pesquisadores liderada por
Natalia Ocampo-Peñuela, professora assistente de estudos
ambientais, desenvolveu um método inovador de mapeamento
que pode revolucionar os esforços de conservação
no país. O estudo, publicado no periódico Diversity
and Distributions, utilizou dados comunitários e técnicas
de modelagem avançadas para criar mapas detalhados da distribuição
e habitat de aves terrestres.
Os novos mapas cobrem 94% das
espécies de aves terrestres residentes na Colômbia,
incluindo espécies ameaçadas e endêmicas.
Esses dados representam um avanço significativo para orientar
ações de conservação em uma das regiões
mais ricas em biodiversidade do planeta, mas que ainda enfrenta
desafios relacionados à coleta de informações
precisas.
De acordo com Andres Felipe Suarez-Castro,
professor da Universidade Griffith, na Austrália, os mapas
globais existentes não são suficientemente precisos
para muitas espécies colombianas. Ele destacou que, com
a ampliação do acesso a dados abertos e a integração
de informações ecológicas e registros da
ciência cidadã, é possível melhorar
significativamente a compreensão sobre a distribuição
dessas aves.
A equipe combinou mapas tradicionais
com modelagem probabilística, dados de elevação
e informações do eBird — uma plataforma colaborativa
global onde observadores de aves registram dados. Essa abordagem
permitiu identificar, com maior precisão, áreas
de biodiversidade pouco conhecidas, como a transição
Andino-Amazônica e a região de Chocó, frequentemente
negligenciadas devido a conflitos históricos ou falta de
acesso.
Segundo Ocampo-Peñuela,
esses mapas revelam não apenas os hotspots de biodiversidade,
mas também os impactos do desmatamento, que avança
rapidamente sobre florestas que abrigam espécies exclusivas.
Para ela, os dados são uma ferramenta crucial para entender
e agir contra a perda de habitats.
A pesquisa também
ressaltou a importância de engajar as comunidades locais
no monitoramento da biodiversidade. Ocampo-Peñuela enfatizou
que capacitar os moradores é essencial para a coleta de
dados de qualidade e para tornar os esforços de conservação
mais sustentáveis. Ela destacou a necessidade de substituir
práticas de “ciência de paraquedas” —
em que especialistas chegam, realizam estudos e partem —
por iniciativas mais colaborativas e duradouras.
Os métodos desenvolvidos
têm implicações que vão além
da Colômbia. O estudo oferece um modelo replicável
para outros países ricos em biodiversidade e com carência
de dados detalhados. A transparência sobre a precisão
dos mapas também foi destacada como um diferencial, permitindo
que tomadores de decisão identifiquem áreas onde
os dados ainda são incertos.
Para os pesquisadores, a criação
desses mapas não só fortalece a conservação
local, mas também posiciona a Colômbia como um exemplo
global em ciência da conservação. Às
vésperas de sediar a COP16, o país reforça
seu compromisso com as metas globais de proteção
à biodiversidade, como a conservação de 30%
das terras e oceanos até 2030.
Suarez-Castro complementou que
integrar diferentes tipos de dados e incentivar o trabalho com
comunidades locais são passos fundamentais para proteger
a biodiversidade. Ele acredita que o uso de dados comunitários
oferece insights valiosos e, ao mesmo tempo, promove uma conexão
mais profunda entre as pessoas e seus ecossistemas.
O trabalho da equipe colombiana
ilustra o poder das soluções locais e inovadoras
para enfrentar os desafios ambientais globais, trazendo esperança
para a preservação dos frágeis ecossistemas
do planeta.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de Agências Internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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