20/06/2025
– Uma pesquisa inovadora realizada por biólogos da
Universidade de Massachusetts Amherst forneceu evidências
experimentais que ajudam a entender como mudanças ambientais
podem desencadear o surgimento de novas espécies. Focado
nos tentilhões de Darwin, aves icônicas das Ilhas
Galápagos, o estudo demonstrou que as alterações
no formato do bico, induzidas por mudanças ecológicas,
impactam diretamente os cantos das aves, influenciando o reconhecimento
de parceiros e a especiação.
Jeffrey Podos, professor de biologia
e autor principal do estudo, explicou que as transformações
nos bicos, já associadas a adaptações ecológicas,
também influenciam o comportamento vocal dessas aves. Ele
especulava, desde o início dos anos 2000, que essas mudanças
poderiam impulsionar a formação de novas espécies,
mas carecia de evidências experimentais para sustentar sua
hipótese.
Para superar a dificuldade de
observar o processo de especiação em tempo real,
a equipe utilizou simulações baseadas em décadas
de dados quantitativos sobre as alterações dos bicos
dos tentilhões. A seca, por exemplo, foi escolhida como
força ecológica para modelar a evolução
dos bicos, já que este evento favorece aves com bicos mais
grossos, adaptados para esmagar sementes duras.
Os pesquisadores criaram simulações
de cantos futuros, prevendo como os tentilhões responderiam
a diferentes cenários ecológicos. Descobriram que,
após seis eventos de seca simulados, as mudanças
nos cantos eram tão significativas que os tentilhões
quase não respondiam às gravações.
Isso sugere que mudanças substanciais no formato do bico
podem levar a uma separação comportamental suficiente
para impulsionar o surgimento de uma nova espécie.
Katie M. Schroeder,
coautora da pesquisa, destacou que os tentilhões responderam
normalmente aos chamados simulados após três eventos
de seca, mas que essa resposta diminuiu consideravelmente à
medida que os cantos se tornaram mais simples e menos variados.
O estudo confirma, de forma experimental,
a plausibilidade da especiação ecológica.
Podos ressaltou que essa pesquisa não reinventa teorias
evolutivas, mas valida empiricamente a relação entre
mudanças ecológicas e o surgimento de novas espécies.
As descobertas representam um passo significativo na compreensão
dos mecanismos evolutivos em ambientes naturais dinâmicos.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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