27/06/2024
– Um estudo internacional com pesquisadores da Universidade
Simon Fraser descobriu que um único gene que regula os
níveis de testosterona em uma espécie de ave costeira,
o maçarico-de-bico-branco, controla o desenvolvimento de
três tipos distintos de machos. Esses machos, conhecidos
como morfos, variam significativamente em aparência e comportamento
de acasalamento, o que tem fascinado cientistas por muito tempo.
Um estudo recente publicado na Science revelou que três
formas de machos no maçarico-de-bico-branco, conhecidos
como "independentes", "satélites" e
"fugidivos", são controladas por uma superenzima
chamada HSD17B2, que regula os níveis de testosterona no
sangue das aves. Essa enzima quebra rapidamente a testosterona,
associada à dominância e agressão. Os machos
"independentes" têm plumagem escura e defendem
áreas de acasalamento agressivamente, enquanto os "satélites"
são menores, com plumagem mais clara, e formam alianças
com os independentes para exibir-se para as fêmeas, embora
competindo entre si para acasalar.
Uma terceira morfologia de macho, chamada "faeders",
adota uma estratégia diferente: esses machos renunciam
à plumagem e ao comportamento de exibição,
disfarçando-se como fêmeas para passar despercebidos
nas arenas de acasalamento. Para os satélites e faeders,
cujas estratégias não envolvem agressividade, altos
níveis de testosterona são prejudiciais. Estudos
anteriores mostraram que esses tipos de machos têm níveis
significativamente mais baixos de testosterona no sangue.
O novo artigo identifica o gene responsável pela produção
de uma superenzima que regula os níveis de testosterona
em todo o corpo dos machos, exceto nos testículos, onde
a testosterona é necessária para a produção
de esperma competitivo. Os pesquisadores destacam que os maçaricos-de-bico-branco
são únicos por apresentarem três morfologias
masculinas e inversões cromossômicas, mas a mecânica
hormonal descrita no estudo é aplicável a todos
os vertebrados, incluindo os humanos.
O estudo sugere que uma forma especial do gene HSD17B2, identificada
na pesquisa, pode ter aplicações terapêuticas
para humanos, especialmente no tratamento de distúrbios
relacionados ao excesso de testosterona. A enzima HSD17B2 é
de três a quatro vezes mais eficiente na conversão
de testosterona em androstenediona, o que levanta a possibilidade
de desenvolver tratamentos para esses distúrbios, usando
essa enzima ou uma versão sintética dela. A pesquisa
foi liderada pelo Instituto Max Planck de Inteligência Biológica,
com colaboração de cientistas de várias universidades.
Mais informações: Jasmine L. Loveland et al, Um
único gene orquestra a variação androgênica
subjacente às formas de acasalamento masculino em maçaricos,
Science (2025). DOI: 10.1126/science.adp5936
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência
Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza
atividades voltadas ao estudo e conservação desses
animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos
e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com informações de agências
internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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