05/08/2025
– Uma nova tese de doutorado revela que as mudanças
climáticas estão fortalecendo alianças inesperadas
entre espécies de aves na Austrália Central. Espécies
antes territoriais, como um tipo de melívoro, estão
agora contando com concorrentes, como tentilhões, para
acessar recursos vitais, como poços de água, de
maneira mais segura. Essas interações refletem a
adaptação das aves às pressões ambientais
causadas pelas mudanças climáticas.
A pesquisa liderada por Simon
Votto, aluno de doutorado da Universidade Charles Darwin, revela
que o clima mais quente causado pelas mudanças climáticas
está ameaçando a biodiversidade global. O aumento
das temperaturas torna as fontes escassas de água ainda
mais vitais. Em estudos anteriores, Votto descobriu que aves que
geralmente obtêm hidratação de sua dieta começaram
a buscar locais críticos de água quando as temperaturas
superam os 35°C.
Simon Votto descobriu que, durante
verões quentes e secos, melíferos não defendem
os poços de água como esperado, mas frequentemente
os compartilham com outras espécies. Ele sugeriu que isso
pode ser uma estratégia para reduzir o risco de predação,
já que essas aves entram na água junto com outras
espécies para maior segurança. Votto também
observou que aves que se alimentam do dossel só acessam
poços de água se houver cobertura vegetal próxima,
evitando locais degradados por animais como camelos.
Votto explicou que os poços
de água de longa duração, sustentados por
água subterrânea, geralmente possuem mais vegetação
e melhores fontes de alimento para as aves melíferos ao
redor. Ele destacou que entender os hábitos das aves que
frequentam esses poços na Austrália Central é
crucial para o gerenciamento desses locais. Também sugeriu
que áreas degradadas por animais selvagens, como camelos,
poderiam ser restauradas e protegidas contra pragas para melhorar
o acesso à água e à alimentação.
A pesquisa destaca que, com o
clima mais quente, os poços de água serão
cruciais para as aves, especialmente em áreas já
sujeitas a condições extremas de calor. A supervisora
do estudo, Professora Jenny Davis, enfatizou a importância
de preservar a vegetação ao redor desses poços
em zonas áridas. Ela observou que cerca de 70% do interior
da Austrália possui climas áridos ou semiáridos,
o que torna esses locais ainda mais essenciais para a sobrevivência
das aves.
Davis destacou que controlar
incêndios florestais, restringir o acesso de herbívoros
selvagens como camelos, e replantar a vegetação
com espécies locais são estratégias essenciais
para conservar poços de água valiosos e as aves
da Austrália Central. A professora associada Christine
Schlesinger, que também supervisionou o estudo, acrescentou
que a preservação desses locais não só
beneficiaria o ecossistema, mas também teria grande importância
cultural.
Schlesinger explicou que muitos
poços de água menores na Austrália Central
foram mantidos pelos povos das Primeiras Nações
por milênios, permitindo que tanto humanos quanto outras
espécies sobrevivessem em áreas com escassez de
água. Ela ressaltou a importância de preservar esses
poços, uma prioridade nas Áreas Protegidas Indígenas,
e a necessidade de mais pesquisas para aprimorar as estratégias
de gestão. Embora se saiba que esses locais são
vitais para o acesso à água, pouco se sabe sobre
as adaptações comportamentais e a dinâmica
social dos animais que dependem desses recursos, especialmente
diante das mudanças climáticas.
Saiba mais: Simon Vitto, Investigando
fatores que impulsionam a ocorrência de aves e a estrutura
de assemblage em poços de água da Austrália
central. DOI: 10.25913/xdah-w665
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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