Talha-mar (Rynchops niger)
 
 
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Aves podem ter seus cantos mudados por causa de secas
Pesquisa com tentilhões de Darwin indica que isso pode criar novas espécies
 

21/08/2025 – Em um cenário nas Ilhas Galápagos, um tentilhão macho pousa em um galho, ouvindo atentamente o canto de um outro pássaro. No entanto, algo parece fora do lugar. O canto é mais lento e simples, como uma melodia conhecida sendo tocada em um ritmo errado. O pássaro, curioso, inclina a cabeça e mexe as penas, mas permanece imóvel. Ele foi enganado por um experimento científico que está contribuindo para desvendar como as mudanças ecológicas podem impulsionar a evolução de novas espécies.

Recentemente, um estudo publicado na Science trouxe novos insights sobre como os célebres tentilhões de Darwin se diversificaram em diferentes espécies. Utilizando um experimento inovador, os cientistas buscaram entender uma questão central: como novas espécies se formam? Embora a resposta seja complexa, a pesquisa aponta uma possibilidade interessante: pequenas mudanças nos bicos podem gerar alterações no canto dos pássaros, resultando eventualmente em um ponto em que eles não se reconhecem mais como parte da mesma espécie.

A pesquisa começou em 1999, com trabalho de campo nas Ilhas Galápagos, liderado por Jeff Podos, ecologista comportamental da Universidade de Massachusetts Amherst, focando no estudo dos tentilhões, especialmente o tentilhão-terrestre-médio-de-Darwin. O estudo se apoia em três ideias principais: as secas forçam os pássaros a desenvolver bicos maiores para quebrar sementes duras; pássaros com bicos maiores têm dificuldades para cantar de forma rápida ou variada; e os pássaros utilizam o canto para escolher seus parceiros.

O estudo histórico sobre a seca de 1977-78 na Ilha Daphne Major, nas Galápagos, mostrou que tentilhões com bicos maiores tinham maior chance de sobrevivência, pois conseguiam quebrar as sementes duras restantes durante a seca. As mudanças no tamanho do bico foram pequenas, mas precisas, com a profundidade aumentando cerca de 0,49 milímetros a cada evento de seca. Essas alterações tiveram impactos inesperados na comunicação dos pássaros.

Reprodução/Pixabay

 



Para explorar como essas mudanças no bico poderiam afetar a formação de novas espécies, os pesquisadores criaram canções simuladas dos "fantasmas do futuro dos tentilhões" usando software de análise de som. Eles modificaram gravações reais das canções dos pássaros, diminuindo o ritmo e ajustando a frequência para refletir as alterações que ocorreriam com bicos maiores.

Os pesquisadores criaram versões simuladas das canções dos tentilhões, representando como elas soariam após um, três ou seis eventos de seca, com o cenário de seis secas escolhidos por produzir mudanças no bico semelhantes às diferenças entre espécies atuais. Para testar essas canções modificadas, foi necessário um experimento cuidadoso na Ilha de Santa Cruz, onde tentilhões foram capturados, medidos e marcados para futuras identificações.

No experimento, foram instalados alto-falantes nos territórios de 12 machos, com cada pássaro ouvindo quatro versões da canção: uma original e três modificadas, simulando os efeitos de uma, três e seis secas. A cada dia, uma versão diferente da canção era tocada, com intervalos entre os dias para garantir respostas novas e não repetidas dos pássaros.

Quando os machos ouviram canções normais de sua espécie, eles respondiam rapidamente, voando para investigar em cerca de 10 segundos. No entanto, ao ouvirem canções simulando seis eventos de seca, levaram quase quatro vezes mais tempo para responder e reduziram suas taxas de voo em 31%, sugerindo que não reconheciam mais essas canções como sendo de sua própria espécie. Eles também mantinham uma distância maior dos alto-falantes que reproduziam as canções mais modificadas, ficando mais tranquilos.

Esse comportamento sugere que, enquanto mudanças climáticas podem causar extinções, também podem levar à formação de novas espécies, já que adaptações forçadas pelas mudanças ambientais podem resultar em diferenças de comportamento e comunicação. Contudo, o ritmo acelerado das mudanças climáticas pode dificultar a adaptação por seleção natural. Embora o estudo tenha simulado seis secas, os pesquisadores alertam que os padrões climáticos reais são mais complexos, com secas alternando com períodos chuvosos, e essas dinâmicas podem mudar com a crise climática.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de Agências Internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
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