06/11/2025
– No Havaí, cientistas estão usando drones
para liberar milhares de mosquitos machos criados em laboratório
com uma bactéria que impede a reprodução
da espécie invasora responsável por transmitir a
malária aviária. Embora pareça contraditória,
a estratégia visa conter a doença que tem dizimado
as aves nativas, como os honeycreepers — pássaros
de cantos vibrantes e plumagens coloridas. Das mais de 50 espécies
que já habitaram as ilhas, apenas 17 ainda existem. A malária
aviária, introduzida por mosquitos trazidos por navios
no século 19, é hoje a principal ameaça à
sobrevivência dessas aves.
Para combater a extinção de aves nativas no Havaí,
a coalizão "Birds, Not Mosquitoes" já
liberou mais de 40 milhões de mosquitos machos nas ilhas
de Maui e Kauai desde novembro de 2023. Esses mosquitos carregam
a bactéria Wolbachia, que impede a reprodução
da espécie transmissora da malária aviária.
Ao copularem com fêmeas selvagens, os ovos resultantes não
se desenvolvem, funcionando como um "anticoncepcional biológico"
e ajudando a reduzir a população de mosquitos invasores.
Pesquisadores no Havaí
têm usado principalmente helicópteros para liberar
mosquitos em ações de controle biológico,
mas recentemente começaram a testar drones de 2,5 metros,
capazes de transportar cerca de 23 mil mosquitos por voo. Embora
levem menos insetos que os helicópteros, os drones são
mais seguros, ágeis e eficazes em áreas de difícil
acesso e com clima instável. Os mosquitos são transportados
em cápsulas biodegradáveis, que protegem os insetos
até que possam voar. Após o uso, essas cápsulas
se decompõem naturalmente na floresta.
A "técnica do inseto
incompatível", já usada em países como
Brasil, México, China e EUA para combater doenças
como dengue e zika, agora é aplicada no Havaí com
um novo objetivo: salvar aves nativas ameaçadas. A estratégia
cria uma "barreira invisível" para impedir que
mosquitos transmissores da malária aviária alcancem
as florestas onde essas aves ainda sobrevivem, segundo Chris Farmer,
da American Bird Conservancy.
Com o avanço das mudanças
climáticas, os mosquitos estão alcançando
áreas mais altas do Havaí, antes consideradas refúgios
seguros para aves nativas. Espécies como a ‘akohekohe,
kiwikiu e ?akeke?e estão criticamente ameaçadas,
enquanto a ‘akikiki foi considerada funcionalmente extinta
na natureza em 2023. A crise já está em curso, alerta
Chris Warren, do Parque Nacional Haleakala, destacando que a única
tragédia maior que a extinção seria não
tentar evitar que ela aconteça.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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